Protesto de estudantes e professores faz Alckmin cancelar palestra na Faap, em São José

16/10/2015 - Ontem, dia 15 de outubro, Dia dos Professores, literalmente a aula foi na “rua” em São José dos Campos. Um protesto de cerca de cem alunos e professores fez o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cancelar a palestra que faria na Faap (Fundação Armando Alvares Penteado). Os manifestantes ensinaram uma importante lição ao tucano: não vamos aceitar os ataques à escola pública.

O principal alvo da manifestação, que teve início com uma passeata pelas ruas centrais da cidade, foi a proposta de reorganização das escolas feitas por Alckmin, que vai prejudicar milhões de alunos, além de pais e professores.

Sem querer receber os manifestantes, o governador tucano simplesmente preferiu cancelar a sua participação no evento, em mais uma demonstração de intransigência e covardia.

“Não Feche Minha Escola”
O protesto teve início na Praça Afonso Pena e reuniu alunos e professores de escolas estaduais como Ruy Dória, Major Miguel Naked, Estevam Ferri e João Cursino.

Com faixas, cartazes, carro de som, bateria e palavras de ordem, os manifestantes caminharam pelas ruas do centro da cidade e denunciaram os ataques que os governos, tanto do PT, quanto do PSDB, estão fazendo à educação em nome do ajuste fiscal. Panfletos foram distribuídos à população.

A revolta é geral com os cortes nos recursos da educação que estão precarizando ainda mais o ensino. A proposta de Alckmin de dividir as escolas a partir de 2016 por ciclos de ensino (do 1° ao 5° ano, do 6° ao 9° ano e ensino médio) vai prejudicar extremamente alunos, pais e professores.

“Para justificar o fechamento de escolas, Alckmin está usando o argumento que o estado tem salas de aula ociosas. Mas o que se vê são salas abarrotadas de alunos, num ambiente antipedagógico que torna nosso trabalho quase impossível. A real intenção do governo é cortar gastos e demitir professores”, avaliou a professora Cleusa Trindade, representante da Oposição Alternativa à Apeoesp.

“O governador utiliza essa desculpa supostamente pedagógica para enganar a população do Estado. Ele, na verdade, quer é fechar escolas”, disse a professora da rede estadual Amanda Menconi, ligada à Anel. “A proposta vai deixar as salas de aula que já estão cheias ainda mais superlotadas. Muitos estudantes terão dificuldades de estudar e trabalhar, o que vai força a turma a sair da escola”, disse.

O protesto foi organizado pela Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes Livre), Oposição Alternativa da Apeoesp e contou com o apoio de sindicatos da região, como metalúrgicos, alimentação, entre outros, a CSP-Conlutas, PSTU e PSOL.

Barrar os ataques à educação com luta
O cerco a Alckmin está se fechando, com manifestações se espalhando em várias cidades do estado. O dia de ontem foi de protestos também em outras cidades. Em São Paulo, estudantes secundaristas também protestaram contra o projeto de Alckmin de “desorganização”.

É preciso intensificar ainda mais a mobilização e por o governador tucano “para correr” como aconteceu em São José dos Campos, assim como derrotar o ajuste fiscal do governo Dilma, que também está tirando recursos da educação para garantir o superávit primários e os lucros dos banqueiros.

Segundo Toninho Ferreira, presidente do PSTU de São José dos Campos e suplente de deputado federal, Dilma, Alckmin, Temer, Renan, Cunha e Aécio são inimigos da juventude e dos trabalhadores. “A classe trabalhadora precisa dar um basta ao PT, PSDB, PMDB e a esse Congresso de picaretas e construir uma alternativa independente. A saída para a crise política e econômica que existe no país só poderá se dar através das lutas trabalhadores e da juventude”, afirmou.