Neste dia 25 de novembro também iremos às ruas contra a violência às mulheres

24/11/2016 - Esta sexta-feira, 25 de novembro, dia em que as centrais sindicais brasileiras convocaram um dia nacional de lutas, com greves paralisações e protestos, também marca outra data simbólica: o Dia Internacional de Combate à Violência às Mulheres, que também estará nas bandeiras deste dia de luta.

A data foi criada em 1981, no 1° Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho, na Colômbia, em homenagem às Las Mariposas, como eram conhecidas as irmãs Mirabal – Maria Teresa, Pátria e Minerva. As três irmãs foram brutalmente assassinadas por agentes da ditadura militar na República Dominicana no dia 25 de novembro de 1960. Mortas por lutarem contra a sanguinária ditadura do país, o assassinato provocou um rechaço internacional em relação ao governo dominicano, fato que acelerou a queda do ditador Rafael Trujilo. Em 1999, a ONU reconheceu a data mundialmente.

O fato é que a violência às mulheres já é reconhecida como uma verdadeira epidemia, com números alarmantes em todo o mundo. A situação no Brasil é um exemplo. Passamos da 7ª para 5ª posição no ranking internacional de feminicídio. No país 13 mulheres são assinadas por dia.

Uma situação que, inclusive, mistura machismo e racismo, pois basta verificar que em 10 anos (entre 2003 e 2013), a taxa de homicídio de mulheres negras aumentou 54%, enquanto que entre as mulheres brancas diminuiu 9%.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2015, foram registrados 45.460 casos de estupros, o que corresponde a 125 vítimas por dia, o que representa um estupro a cada 11 minutos. Esses números, entretanto, estão longe de serem os reais, posto que no Brasil apenas 10% das vítimas de estupro notificam a violência. 56,6 % das vítimas desse crime são as mulheres negras.

Vimos ainda que diante de casos de estupros coletivos ocorridos no último período, grande parte da população responsabiliza a vítima pela violência, revelando que a chamada “cultura do estupro” ainda persiste na sociedade, agravando ainda mais a situação das mulheres.

Paralelamente a esse cenário de violência machista, assistimos os governos anunciarem medidas que vão piorar ainda mais as condições de vida das mulheres trabalhadoras. É o caso das reformas de Temer, como a da Previdência, a PEC 55 ou a ampliação da terceirização. Maioria nos setores mais empobrecidos, precarizados pela terceirização, com menores salários e direitos, enfim, na base da pirâmide social, são as mulheres trabalhadoras, especialmente as negras, que serão afetadas.

O crescimento alarmante da violência contra as mulheres tem a ver diretamente com a crise e a degeneração social existente no mundo atual, onde o machismo e a violência de gênero crescem a cada dia, em razão da relação indissociável entre a exploração capitalista e opressão.

Mas, se de um lado vemos o avanço da violência machista, também vemos que há resistência e luta. As mulheres têm sido linha de frente das principais mobilizações que sacudiram o país no último período, como nas ocupações das escolas, nas greves, nas manifestações contra a cultura do estupro, contra o feminicídio, a homofobia, etc.

Neste dia 25, iremos às mobilizações nas fábricas e às ruas com essa bandeira e, mais do que isso, o combate à violência às mulheres deve seguir sendo uma tarefa permanente de toda a classe trabalhadora, mulheres e homens, bem como a luta contra esse sistema capitalista que explora e oprime em nome do lucro.