Por uma frente socialista nas eleições 2020 de São José dos Campos


Por Toninho Ferreira, presidente do PSTU de São José dos Campos

Mesmo antes de 2020, a crise econômica já assombrava o mundo. Com a pandemia do novo coronavírus, a situação se agravou ainda mais. Se antes, governos aplicaram os seus “pacotes de maldade”, com brutais ajustes fiscais, privatizações, aumento da repressão e reformas que atacaram direitos historicamente conquistados, tudo em prol do lucro de grandes empresários, banqueiros e do agronegócio, agora, o projeto ultraliberal é aprofundado.

Por aqui, o governo de Bolsonaro e Mourão, cujo principal objetivo sempre foi a aplicação de ataques aos trabalhadores, ao meio ambiente, à educação, ciência, indígenas, quilombolas, negros, mulheres e LGBTs, também põe em prática uma verdadeira política genocida, fazendo com que mais de 1,6 milhão de brasileiros tenham se contaminado pela Covid-19 e dezenas de milhares já tenham morrido.

Para os trabalhadores e mais pobres não há garantia de renda básica, não há saúde pública de qualidade, testes suficientes e, sobretudo, nunca houve quarentena. Já os pequenos negócios, maior fonte de empregos do país, também se afundam em dívidas e não conseguem acesso ao crédito, pois a política de Paulo Guedes é favorecer apenas os banqueiros e grandes empresas.

Ao mesmo tempo, diante do descontentamento e polarização social que decorrem dessa grave crise sanitária, econômica, social e política, Bolsonaro aumenta cada vez mais suas ofensivas autoritárias e a defesa de uma intervenção militar. Este é o projeto da ultradireita. A destruição dos direitos sociais para garantir os interesses dos poderosos, retirando da população seus próprios meios de reagir. Ditadura nunca mais!

Os governos estaduais, cujo embate com Bolsonaro não passou de mera fachada, já repetem a mesma política genocida. O mesmo fazem os prefeitos, mais preocupados com as eleições e em agradar setores empresariais. Em meio à maior tragédia sanitária do país, vêm à tona também novos escândalos de desvio dinheiro destinado à saúde.

Em São José dos Campos, Felício Ramuth (PSDB) copia a política bolsonarista, faz declarações desastrosas, culpa os profissionais da saúde pela contaminação, obriga professores a arriscarem a vida e adere ao “liberou geral” do comércio.

Em reação a toda esta situação é que trabalhadores e o povo pobre, mesmo em meio à pandemia, retomam as mobilizações e este é o caminho, pois somente a luta poderá derrotar este governo.

Mais do que nunca é preciso uma ampla unidade para lutar e derrotar Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes e todos os governos estaduais e municipais que aplicam os mesmos ataques.

Já para as eleições municipais que se aproximam, é tarefa da esquerda socialista apresentar uma alternativa a esses projetos ultraliberais.

A classe trabalhadora, as mulheres, os negros e negras, LGBTs, indígenas, quilombolas e toda a população pobre precisam de uma alternativa socialista, com um programa de ruptura com o capitalismo e que proponha a organização dos trabalhadores por seus próprios conselhos, eleitos em seus locais de trabalho, moradia e estudo.

O PSTU faz esse chamado ao PSOL. Podemos, aqui em São José dos Campos, formar uma Frente Socialista e dar esse combate.

Isso não se confunde com chamados à formação de Frentes Amplas sem qualquer critério e programa, com setores da burguesia e partidos que não só defendem a conciliação de classes, mas, muitas vezes, defendem efetivamente os mesmos projetos e ataques neoliberais, como lamentavelmente fazem o PT e o PCdoB.

O PSTU chama o PSOL a formar uma Frente Socialista em São José dos Campos para que possamos apresentar essa alternativa para a classe trabalhadora, para os oprimidos e setores populares. Uma frente que unifique e fortaleça os ativistas, a vanguarda das lutas e todos e todas que buscam a transformação da sociedade, para lutar imediatamente contra esses projetos assassinos.

A urgência desse chamado é a urgência dos nossos mortos, do sangue do nosso povo derramado nas periferias e favelas, nos hospitais, nos garimpos ilegais, nos acidentes de trabalho, na violência policial. É hora de juntar os de baixo para derrubar os de cima.




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