O PSDB e a corrupção

7/10/2015 - Tucanos impõem sigilo de 25 anos para documentos do Metrô e dão “benefício da dúvida” a Eduardo Cunha

Em meio a escândalos e denúncias de corrupção que têm surgido quase que diariamente no país, uma notícia chamou a atenção essa semana.

Segundo revelou o jornal Folha de S.Paulo, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) tornou sigilosos por 25 anos documentos do transporte público de São Paulo - que inclui os trens do Metrô e da CPTM e os ônibus intermunicipais da EMTU.

O carimbo de “ultrassecreto” em centenas de documentos foi feito por decreto praticamente às escondidas em 2014, no auge das denúncias do escândalo que trouxe à tona o cartel do Metrô de SP, esquema de fraude em licitações e superfaturamento em obras do Metrô e da CPTM durante os governos tucanos.

O fato só foi revelado essa semana após o jornal Folha de S.Paulo ter solicitado informações à Secretaria de Transportes e ter o pedido negado com base neste decreto.

Com esse carimbo, o governo impede que qualquer pessoa, como a princípio garante a Lei de Informação em relação a órgãos públicos, tenha acesso a 157 conjuntos de documentos.

A população só poderá ter informações a fatos como a razão dos atrasos em obras, problemas e acidentes, estudos e relatório técnicos, licitações, etc, no ano 2040. Um quarto de século depois!

Acuado, depois da repercussão da manobra e questionamento até do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Alckmin teria determinado à Secretaria de Transportes que “reavalie” os documentos a serem considerados como ultrassecretos.

Tem coelho nesse mato
Pego de calças curtas, o governo do PSDB tentou alegar que se trata de questões de “risco à população” e à “altas autoridades”. Ainda segundo o governo “pessoas mal intencionadas” poderiam ter acesso aos documentos.

Ora, é debochar demais da inteligência alheia. Mal intencionado claramente está o governo tucano ao tentar impedir o acesso a informações sobre o Metrô e as empresas de trens e ônibus metropolitanos, no momento em que o governo do PSDB está atolado no chamado “Trensalão”.

O esquema de corrupção funcionou, pelo menos, entre 1998 e 2008, durante as gestões de Mário Covas, José Serra e do atual governador Geraldo Alckmin, envolvendo grandes multinacionais como a Alstom, Siemens, Bombardier, entre outras. Sem contar que as obras do Metrô e da CPTM apresentam longos atrasos e falhas operacionais constantes.

A corrupção e o PSDB
Dirigentes tucanos enchem a boca para criticar o Mensalão e o envolvimento do PT na Operação Lava a Jato, mas estão afundados em denúncias de corrupção, como este do Metrô.

Vale destacar ainda a postura do partido tucano em relação às denúncias contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB). Apesar de cinco delatores da Operação Lavo Jato terem denunciado o envolvimento de Cunha com a cobrança de propinas e a Suíça informar que o deputado mantém contas bancárias no país para lavagem de dinheiro, o líder do PSDB na Câmara afirmou que “Cunha tem o benefício da dúvida”. É muita cara de pau!

PT, PMDB, PSDB, e todos os picaretas do Congresso que está aí, estão juntos, envolvidos em corrupção e tomando medidas contra os trabalhadores e a maioria do povo.

Somente a mobilização da classe trabalhadora, os principais interessados no fim da corrupção, pode dar um basta nessa roubalheira e avançar em outras medidas que superem esse sistema capitalista corrupto.

Pela prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores! Por um governo dos trabalhadores, sem patrões e sem corruptos!