Pela unificação das campanhas salariais!

13/09/2013 - As campanhas salariais de importantes categorias neste segundo semestre começam a ganhar fôlego e a pressionar patrões e governo. Greves, paralisações e assembleias já ocorrem em categorias como construção civil, Correios, metalúrgicos, petroleiros, do setor de alimentação, entre outras.

Esta semana, os operários da construção civil do Pará conquistaram uma importante vitória. Após uma forte greve que durou nove dias, os trabalhadores conquistaram 9% de reajuste.

A forte mobilização também garantiu a redução do desconto do vale transporte de 2% para 1%. Em resposta a uma das principais reivindicações, que era por cesta básica, foi incluída uma cláusula na qual o sindicato patronal se compromete a ampliar o número de empresas que fornecem o benefício.

Já nesta quinta-feira, dia 12, foi a vez dos trabalhadores dos Correios iniciarem uma greve nacional diante do impasse nas negociações com o governo.

A categoria quer a reposição da inflação, o reajuste do piso salarial em 10%, aumento real de 6%, vale-alimentação de R$ 35 e vale cesta R$ 342, além de auxílio creche de R$ 500 e auxílio para dependentes de cuidados especiais de no mínimo R$ 850.

Os Correios ofereceram um reajuste de 5,27% sobre salários e benefícios.

Campanhas no Vale
Em São José dos Campos e região, os metalúrgicos começaram a intensificar a mobilização diante da intransigência patronal.

Esta semana em várias empresas, como GM, TI/Bundy, Sun Tech, Schrader, Parker Hannifin, Emerson, Parker Filtros, Hitachi, Volex, Eaton, entre outras, houve atraso nas entradas e em assembleias os trabalhadores(as) estão votando estado de greve. Nas próximas semanas, as paralisações podem começar a pipocar na categoria.

Além dos trabalhadores dos Correios na região que também aprovaram greve, no setor de alimentação, os trabalhadores da Heineken, de Jacareí, votaram estado de greve e também ameaçam cruzar os braços a qualquer momento.

"O Sindicato já enviou a pauta às empresas há quase dois meses, mas até agora é só enrolação e propostas rebaixadas, com apenas a reposição da inflação ou aumento real de menos de 1% e ainda por cima parcelado", explica o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá.

"Estão provocando os trabalhadores e pagando pra ver o que acontece.  Nossa resposta será a intensificação da mobilização", disse.

Para Renato Bento Luiz, o Renatão, da coordenação da CSP-Conlutas do Vale do Paraíba, é preciso unificar as lutas.

"Precisamos unir as principais categorias em campanha. Quanto mais lutas e mais mobilização, mais chances de derrotar os patrões e o governo", disse.

Em relação as outras centrais sindicais, Renatão também faz um chamado. "CUT, Força Sindical e CTB precisam mobilizar suas bases e não ficar freiando as mobilizações para não desgastar o governo, como fizeram no dia 30 de agosto. A hora é de unificar os trabalhadores e aumentar a pressão", disse.

Foto: Divulgação Sindmetalsjc/Flávio Pereira