No dia da Consciência Negra, Marcha da Periferia denuncia racismo e violência contra negros

19/11/2013 - O ajudante de pedreiro Amarildo é torturado e morto dentro de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Rocinha, no Rio de Janeiro. Dois jovens, Douglas e Jean, são mortos pela PM na periferia de São Paulo. Richard Vinícius David grafitava um muro em São José dos Campos e é morto pela polícia com três tiros pelas costas.

Indignação, tristeza e revolta são as reações a esses assassinatos brutais, mas longe de serem tragédias isoladas, esses são apenas alguns exemplos do genocídio da juventude negra e pobre existente hoje em dia nas periferias.

É contra essa violência ao povo negro e contra o racismo que, neste dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negro, a Marcha da Periferia tomará as ruas de várias cidades do país.

Em São José dos Campos, o Quilombo Raça e Classe, filiado à CSP-Conlutas, organiza uma manifestação a partir das 15h, na Praça Afonso Pena. O PSTU estará presente juntamente com sindicatos e movimentos sociais da região.

Um país desigual e racista
A Marcha da Periferia, manifestação iniciada em 2006, no Maranhão, pelo movimento hip hop, traz este ano o lema “Pelos Amarildos, da Copa eu abro mão”, numa referência aos grandes gastos com a Copa de 2014 em contraposição a falta de investimentos sociais e aumento da violência nas periferias.

Recentes pesquisas sobre a violência no Brasil revelam dados alarmantes e que comprovam que em nosso país a violência tem endereço certo: negros, mulheres e pobres.

No Brasil, as chances de um negro ser assassinado é quatro vezes maior do que um branco e de sofrer agressão da PM é quase o dobro.

O fato é que a violência contra a população negra é a expressão mais brutal da desigualdade social entre negros e brancos. Uma desigualdade que também existe no mercado de trabalho, na escola, na falta de moradia, no acesso à saúde, etc.

Os negros tinham expectativa no governo do PT, mas Lula e Dilma governaram para as grandes empresas, propriedades dos brancos, e o resultado é a manutenção do abismo social entre brancos e negros.

Por tudo isso, no Dia Nacional da Consciência Negra, mais do que lembrar Zumbi dos Palmares, símbolo da luta contra o racismo, vamos às ruas exigir o fim da violência policial nas periferias e bairros pobres, o fim da Polícia Militar e da Tropa de Choque e mudanças na política econômica dos governos para por fim à marginalização de negros e negras.

- Chega de violência contra a juventude negra!

- Por uma política econômica que possibilite um futuro ao povo pobre e negro!


- Expulsão e prisão imediata de policiais assassinos!


- Fim da PM e da Tropa de Choque! Por uma polícia civil controlada pela comunidade!