Greve Petroleira se espalha pelo país e começa a afetar produção

3/11/2015 - A greve na Petrobras entrou no sexto dia nesta terça-feira, dia 3 de novembro, maior e mais forte em todo o país. A mobilização iniciada por sindicatos das bases da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) no último dia 29 se intensificou desde o domingo, dia 1°, quando os sindicatos da base da FUP (Federação Única dos Petroleiros) também aderiram.

A paralisação já começa a afetar a produção da Petrobras e é a maior desde a histórica greve de 1995.
Nas primeiras 24 horas de paralisação, somente na Bacia de Campos (local de maior extração de petróleo no país), estima-se uma redução na produção de 450 mil barris de petróleo, somando-se a outras regiões, como Litoral Paulista e Amazonas, algo em torno de meio milhão de barris deixaram de ser produzidos.

Assembleia após assembleia, turno após turno, os trabalhadores seguem aprovando a continuidade da paralisação, apesar do assédio moral e práticas antissindicais das gerências e chefias da empresa.

O sentimento de indignação contra a venda de ativos e a retirada de direitos que, na prática, significam o avanço da privatização da estatal, está se transformando em força para lutar.

Uma luta de todos(as)!

Petroleiro e diretor do Sindipetro-SJC fala da importância da greve

Não bastasse a rapina que a corrupção impôs à Petrobrás, a empresa também está sendo alvo de um dos maiores ataques desde a quebra do monopólio do petróleo no governo FHC (PSDB). O plano de desinvestimento anunciado pela direção da empresa e pelo governo Dilma (PT) significa um brutal avanço nos planos de privatização e também fazem parte do ajuste fiscal que o governo quer aplicar.

A venda do patrimônio da empresa, através da venda de ativos, abertura de capital de varias subsidiárias lucrativas, desmembramentos de unidades, continuidade dos leilões de reservas e campos, redução de direitos, demissões e precarização das condições de trabalho (traduzidas na proposta de Acordo Coletivo desta campanha salarial) são gravíssimas ameaças à Petrobras.

“Os trabalhadores já perceberam isso e iniciaram esta importante luta. Por tudo isso, a luta contra o plano de desinvestimentos e os ataques da empresa precisa ser de toda a classe trabalhadora. Não podemos aceitar que dilapidem um dos maiores patrimônios construído pelo povo brasileiro”, afirma o presidente do PSTU de São José dos Campos e suplente de deputado federal, Toninho Ferreira.

“Somente os trabalhadores podem defender a Petrobras e tirá-la das mãos dos corruptos, bem como impedir que PT e PSDB avancem com suas propostas de privatização. E isso faremos nas lutas’, disse Toninho.