#8M: Um forte dia de mobilização em fábricas e atos em São José e região

9/3/2017 - Atendendo ao chamado de um dia mundial de greves, paralisações e protestos, feito por mulheres de mais de 40 países, este dia 8 de março foi de forte mobilização em São José dos Campos e região. Houve assembleias e atrasos em várias fábricas e atos que tomaram as ruas da cidade para protestar contra a violência às mulheres, o machismo e os ataques dos governos aos direitos.

Nas primeiras horas da manhã, nove empresas metalúrgicas tiveram mobilizações. Na Blue Tech, fábrica metalúrgica de Caçapava, majoritariamente composta por mulheres, houve assembleia e atraso na entrada para o trabalho em cerca uma hora.

Mesmo em fábricas onde os homens são ampla maioria, como nas montadoras GM, em São José dos Campos, e Chery, em Jacareí, os trabalhadores pararam para ouvir sobre o significado do dia 8 de Março e as bandeiras de lutas definidas este ano.  Houve mobilizações também na Gerdau, Heatcraft, Hitachi, Sigma, Prolind e Embraer de Eugênio de Melo.

Nas assembleias, em debate a necessidade da luta contra o machismo, a violência que mata mulheres em todo o mundo e os planos de ajuste dos governos que tem atacado os direitos dos trabalhadores, sobretudo das mulheres trabalhadoras.

“A luta da classe trabalhadora só é forte, com os homens e mulheres da nossa classe juntos, contra o machismo e em defesa dos direitos. Daí a importância das mobilações realizadas nessas fábricas junto aos operários(as)”, avalia Janaina dos Reis, dirigente do MML (Movimento Mulheres em Luta) e da direção do PSTU de São José dos Campos.

Atos e passeata chamam atenção no centro de São José
Movimentos de mulheres, sindicatos e ativistas em geral também tomaram as ruas de São José para chamar a atenção da população para a luta contra a violência à mulher e as reformas do governo Temer.

Pela manhã, houve panfletagem na praça Afonso Pena e o Centro Dandara fez uma caminhada pelo calçadão comercial. Mulheres com os olhos pintados de roxo e as chamadas “Penhas”, estruturas de madeira em formato de mulheres, denunciaram a violência machista.

Às 17 horas, um ato unificado, organizado pelo MML,sindicatos e ativistas feministas, reuniu centenas de manifestantes, que se concentraram na Praça Afonso Pena e seguiram em passeata pela Rua Quinze de Novembro até a Praça da Matriz. Faixas e cartazes denunciaram a violência contra as mulheres e o já conhecido boneco do presidente Michel Temer criticou de forma irreverente e criativa os ataques que o governo está desferindo contra a aposentadoria e os direitos trabalhistas.

Em todas as atividades, os trabalhadores e a população foram convocados para as manifestações que ocorrerão no próximo dia 15 de março, data definida por todas as centrais sindicais do país como um Dia Nacional de Lutas contra a Reforma da Previdência.

“Este ano, o 8 de março mobilizou centenas de milhares, possivelmente milhões de pessoas, em mais de 50 países. Longe do falso discurso de empoderamento das mulheres, o contexto das lutas do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora este ano foi classista. Contra o machismo, a absurda violência que nós, mulheres, ainda sofremos, e os ataques dos governos contra a classe trabalhadora. Foi um dia emocionante. Muito forte e animador”, disse Janaína.

“Depois de um forte 8 de março de mobilizações e paralisações, é hora de prepararmos um dia 15 de mais lutas. Chamamos todos e todas às ruas contra a Reforma da Previdência, rumo à construção de uma Greve Geral para barrar as Reformas da Previdência e Trabalhista e por pra Fora Temer e todos os corruptos”, concluiu.