Em defesa dos salários e empregos, todo apoio à luta dos trabalhadores da Embraer!

8/11/2016 - Os trabalhadores da Embraer voltaram a rejeitar a proposta de congelamento salarial em assembleia nesta terça-feira, dia 8. Houve atraso de duas horas na entrada do primeiro turno na unidade da Faria Lima e os metalúrgicos votaram um prazo até sexta-feira, dia 11, para que a empresa apresente uma proposta de reajuste salarial.  Se não houver acordo, poderá haver greve.

Em Campanha Salarial, os metalúrgicos reivindicam 11% de reajuste, mas a Embraer se nega a reajustar os salários e quer pagar apenas um abono. Além do arrocho salarial que a empresa quer impor ao não querer incorporar sequer as perdas da inflação, o que tem causado indignação geral entre os trabalhadores é o fato de que a empresa está tentando a todo custo repassar a conta da corrupção cometida pela cúpula de sua direção aos funcionários.

No dia 24 de outubro a Embraer tornou público que pagará uma multa de 206 milhões de dólares a autoridades brasileiras e norte-americanas para encerrar um processo envolvendo corrupção em negócio fechados pela empresa na República Dominicana, Arábia Saudita, Moçambique e Índia.

O valor é o mesmo que a empresa informou que pretende “economizar” com corte de gastos. Em outras palavras, a Embraer se meteu em corrupção, pagando milhões de dólares em propina no exterior e agora quer jogar a conta desta corrupção nas costas dos trabalhadores, com arrocho salarial e demissões.

Através de um PDV (Plano de Demissão Voluntária), a empresa demitiu 1.642 trabalhadores no mês passado e ameaça novos cortes.

É preciso resistir e lutar
Os trabalhadores da Embraer estão no caminho certo em se mobilizar por seus direitos. Só a luta pode derrotar a ganância da Embraer.

“É inadmissível que a Embraer tente jogar para os trabalhadores os custos que teve por ter mantido práticas corruptas”, afirma o presidente do PSTU de São José dos Campos e suplente de deputado federal Toninho Ferreira.

“A luta em defesa dos direitos dos trabalhadores da Embraer e, principalmente, em defesa dos empregos, deve ser uma luta de toda a população. A Embraer, apesar de privada, se mantém com financiamento do dinheiro público através do BNDES, e não pode agir com tamanha ganância e irresponsabilidade social. Os trabalhadores não podem pagar pela corrupção da cúpula da empresa”, disse.

Toninho também cobrou a Prefeitura e a Câmara de São José que até agora não se manifestaram sobre esta situação. “Onde estão aqueles que tantas promessas fizeram para gerar empregos na época da eleição? Não pode ser que Carlinhos, os vereadores e Felício Ramuth fechem os olhos à corrupção da Embraer e aceitem que os trabalhadores sejam prejudicados”, desafiou Toninho.