Trabalhadores seguem demonstrando disposição de luta. Agora a greve é na JC Hitachi

27/10/2016 - Após a vitoriosa greve dos metalúrgicos da Gerdau, esta semana foram os trabalhadores da Johnson Controls Hitachi que decidiram ir à luta contra a exploração patronal. Os trabalhadores entraram em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira, dia 26.

A empresa apresentou uma proposta de 10% de reajuste salarial, mas se nega a assinar a renovação do Acordo Coletivo, que garante direitos como estabilidade para lesionados, auxílio-creche e adicional noturno de 50%.

Ao não querer assinar o Acordo Coletivo, os trabalhadores sabem que o próximo passo da empresa em pouco tempo será atacar direitos. A JC Hitachi possui cerca de 330 funcionários, que produzem ar-condicionado industrial.

Na pauta de reivindicações, os metalúrgicos também pedem o congelamento dos descontos referentes a benefícios como alimentação, transporte, plano de saúde, plano odontológico e seguro de vida e que a segunda parcela de PLR não seja vinculada a metas.

“Os trabalhadores já haviam feito uma paralisação de advertência no dia 21. Como a empresa insiste em desrespeitar nossos direitos, a greve vai continuar até que o acordo seja assinado”, disse Weller Pereira Gonçalves , diretor do Sindicato dos Metalúrgicos.

Campanha Salarial de Luta
Os metalúrgicos de São José dos Campos e região estão protagonizando uma forte campanha salarial. Com mobilização, a categoria tem obtido reajustes que variam entre 9,62% (inflação do período) e 11%.

Com sete dias de greve, a Gerdau foi além e os trabalhadores arrancaram 15%. Na TI Automotive foram oito dias de paralisação.

“Mais do que a conquista econômica, o que vemos é que os trabalhadores estão sentindo na pele a exploração e o peso da crise que o governo e as empresas estão jogando em nossas costas e estão dando demonstrações de muita disposição de luta”, avalia Weller.

Ainda em São José, trabalhadores de uma terceira da GM, a Brazul, também enfrenta uma greve desde a última segunda-feira. Prestadores de serviços de logística na montadora, a Brazul demitiu um motorista o que levou a revolta dos cerca de 60 funcionários. “A empresa está 100% parada, demonstrando a unidade e solidariedade dos trabalhadores”, contou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos e trabalhador da GM, Vinícius Faria.

Para o presidente do PSTU de São José dos Campos, Toninho Ferreira, a disposição de luta que os trabalhadores e a juventude comprovam que é possível derrotar a ganancia patronal e também os ataques do governo.

“Estamos assistindo pesados ataques aos direitos e as condições de vida dos trabalhadores e da juventude, mas também estamos vendo muita resistência e luta. São manifestações por diversas pautas em todo o país, como a greve dos bancários, a paralisação nacional que os metalúrgicos fizeram no dia 29, as ocupações das escolas, sem contar os petroleiros que também estão em campanha salarial e podem realizar paralisações”, disse.

“É por isso que é preciso jogarmos todas as forças para a construção de uma Greve Geral no país e fortalecer os dias de lutas definidos pelas centrais sindicais, como no próximo dia 11, e mais ainda no dia 25 de novembro, é fundamental. Estaremos juntos”, afirmou.