“Escola Sem Partido” quer amordaçar estudantes e professores. Abaixo a lei da mordaça!

5/8/2016 - Por Cleuza Trindade, Ernesto Gradella e Edinoel Carvalho (*)
O projeto Escola Sem Partido, apresentado pela direita reacionária, nos níveis federal, estadual e municipal, é uma resposta da burguesia ao ascenso das lutas.

Greves históricas e movimentos ousados, como as ocupações das escolas, se espalharam pelo Brasil e fizeram os poderosos tremer diante de sua força.

A tentativa de calar os lutadores com esse projeto que se apresenta como resquício da ditadura é um ataque escancarado à escola pública. Querem impedir o debate democrático dentro das escolas, a formação crítica dos estudantes. Sob o falso argumento do apartidarismo, escondem-se os interesses dos mesmos grupos de sempre, os planos de continuar mandando nos trabalhadores e impedindo que se formem estudantes críticos.

Em São Paulo, Geraldo Alckmin vem – desde o início deste ano – tentando controlar a formação dos grêmios estudantis para que estejam atrelados às direções das escolas e ao governo.

Essa política de ataque aos direitos democráticos já vinha se mostrando presente no governo Dilma, quando ela vetou o kit anti-homofobia, retirou do PNE (Plano Nacional de Educação) as discussões sobre gênero nas escolas ou quando ameaçou retirar as disciplinas de Filosofia e Sociologia do currículo do ensino médio durante a campanha eleitoral de seu segundo mandato.

Lutamos por uma escola democrática, dirigida pelos trabalhadores e pelos estudantes.
Não podemos aceitar a “lei da mordaça”. É hora de fortalecer os grêmios estudantis, transformá-los em movimentos livres, democráticos e independentes das direções e dos governos. É preciso barrar o projeto com uma luta unificada de professores, estudantes e toda a comunidade.

Lutar contra os ataques `educação pública
Os governos estão unidos para atacar os trabalhadores e salvar os bancos e empresas. Os cortes no orçamento, a retirada de direitos e a intensificação da repressão contra os movimentos sociais são as respostas que os ricos apresentam para a crise mundial.

A educação foi uma das áreas que mais sofreu com os cortes. Dilma fez do lema de seu governo “Pátria Educadora” uma tentativa de mascarar o ajuste fiscal que aplicou, cortando verbas das áreas essenciais.

Seguindo a política do Banco Mundial e priorizando o privado em detrimento do público, os governos se esforçam para agradar aqueles que pagam suas campanhas.

Temer continua os ataques iniciados na gestão de Dilma e anuncia um novo pacote de maldades, incluindo aí a reforma da previdência que visa, inclusive, atacar os direitos dos funcionários públicos. Geraldo Alckmin aplica, “por debaixo do pano”, o projeto de Reorganização Escolar – derrotado em 2015 pelas ocupações lideradas pelos estudantes da escola pública.

O fechamento de salas de aula e a superlotação das que sobram é parte dessa mesma política que assola a educação no mundo inteiro.

Os salários arrochados e a realidade dos professores categoria “O” são também parte desses ataques.

Os professores, como a maioria dos trabalhadores do país, estão afogados em dívidas e preocupados com as incertezas do futuro. A inflação e o desemprego são hoje uma realidade no Brasil.

É preciso parar de pagar a dívida pública, parar de transferir dinheiro do povo para os ricos e aplicar imediatamente 10% do PIB na educação pública.

Chegou a hora de voltarmos às ruas e nos somarmos às lutas que estão acontecendo contra o ajuste, contra os governos, em defesa dos direitos e de um plano econômico para os trabalhadores!

Artigo de:
Ernesto Gradella é professor da rede pública e candidato a vereador do PSTU em São José
Cleuza Trindade é professora da rede pública e da Oposição Alternativa da Apeoesp
Edinoel Carvalho é professor da rede pública de São José e da Oposição Alternativa da Apeoesp