Luto: deslizamento mata quatro pessoas da mesma família em São José

7/3/2016 - Na noite de sábado, dia 5, um deslizamento de terra causou a morte de quatro pessoas de uma mesma família, no bairro dos Freitas, região norte de São José dos Campos. Uma criança de seis anos, dois adolescentes de 15 e 13 e a mãe de 38 anos morreram soterrados no local.

A filha mais velha, uma jovem de 19 anos, também foi ferida e está internada no Hospital Municipal, mas não corre risco de morte.

As vítimas que morreram são Edileusa Camila Borges, 38 anos, Glória Borges, 6 anos, Fabricio Borges da Silva, 13 anos e Victor Borges da Silva, 15 anos.

A tragédia ocorreu por volta das 23h30 do sábado. As primeiras análises da Defesa Civil apontam que o volume de chuva durante a última semana causou uma saturação no barranco, que fica no fundo da casa, levando ao deslizamento. O barranco que deslizou havia sido cortado para edificação do imóvel, que ficava a menos de dois metros de distância da encosta.

Segundo a Defesa Civil, a área é de risco e a construção não era regularizada.

Tragédia
O PSTU lamenta profundamente o ocorrido. Infelizmente, é mais uma tragédia que se abate sobre uma família pobre e trabalhadora, a exemplo de outras tragédias pelo país, principalmente nesta época de chuvas.

No último dia 29, um casal também morreu após deslizamento de terra em São Sebastião, no litoral norte. A casa das vítimas foi soterrada durante um temporal que atingiu a cidade, que também deixou vários bairros alagados e quedas de barreiras na região.

Edileusa Borges, a mãe que morreu junto aos filhos neste sábado, é filha de sem-terra e ex-moradora do assentamento Nova Esperança, localizado na antiga Fazenda Santa Rita em São José.

Segundo informações da vizinhança, o último morador viveu no local por dois anos e Edileusa e os filhos tinham acabado de se mudar, fazia apenas uma semana.

“Infelizmente, a Defesa Civil alega que na rua onde ocorreu o acidente há pelo menos outras quatro casas em situação semelhante a da tragédia de sábado. Mas ninguém escolhe simplesmente porque quer viver sob uma situação como essa”, avalia o presidente do PSTU e suplente de deputado federal, Toninho Ferreira.

“O fato é que pressionadas pela necessidade e pela falta de moradia, a população mais pobre acaba se sujeitando a situações de risco para sobreviver e ter um teto para morar. Enquanto isso, ao invés de priorizarem as áreas sociais, como moradia e infraestrutura, os governos atuam para beneficiar os ricos. É isso o que temos visto com a atual política de ajuste fiscal dos governos, que ataca os trabalhadores e os pobres, enquanto favorece os poderosos”, disse Toninho.

“É obrigação dos governos garantir moradia e condições dignas e seguras para a população”, concluiu.