Novembro Negro de Lutas: manifestação denuncia racismo e machismo e exige Fora Cunha

23/11/2015 - O boneco de Eduardo Cunha e uma faixa exigindo a saída do presidente da Câmara chamaram a atenção no centro de São José dos Campos, no último sábado, dia 21. Foi a manifestação organizada pelo Fórum de Lutas do Vale do Paraíba para marcar o dia nacional da consciência negra e o dia internacional de luta contra a violência às mulheres.

Mesmo sob a chuva fina que caiu durante toda a manhã, trabalhadores e representantes de vários sindicatos e movimentos sociais participaram da manifestação. Estiveram presentes metalúrgicos, trabalhadores da alimentação, dos Correios, professores, químicos, aposentados, além dos alunos da E.E. Miguel Naked que foi ocupada contra a reorganização do governo Alckmin.

Faixas e placas traziam frases que denunciaram o racismo, o machismo e a violência contra as mulheres.

No centro da denúncia sobre o racismo, o ato falou sobre a violência policial contra a população negra, bem como medidas como a redução da maioridade penal em tramitação no Congresso que podem significar o agravamento da discriminação e violência contra negros.

As trabalhadoras presentes ao ato exigiram o arquivamento do projeto e lei 5069/13, de autoria do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), que dificulta o atendimento às mulheres vítimas de estupro.

“Estamos vendo a violência contra as mulheres crescer no Brasil, sobretudo contra as negras. Ao invés de fazer valer a Lei Maria da Penha e investir no combate e punição contra a violência machista, a proposta de Cunha é punir as mulheres pelo estupro, ao dificultar o direito de interromper uma gravidez que é fruto de uma violência”, afirmou Janaína dos Reis, do MML (Movimento Mulheres em Luta).

O presidente do PSTU e suplente de deputado federal Toninho Ferreira lembrou que os trabalhadores negros e as mulheres são os que mais sofrem com o ajuste fiscal aplicado pelos governos com apoio da oposição de direita e não poupou Dilma e os parlamentares do PT, PMDB e PSDB.

Vídeo com trecho da fala de Toninho no ato

“Lembramos da luta e resistência do povo negro e dos quilombos e da necessidade de reviver Palmares em nossas lutas nos dias atuais contra o racismo e a violência às mulheres e contra os ajustes fiscais dos governos que como sempre estão a serviço dos poderosos”, resumiu Toninho.