Todo apoio à mobilização dos petroleiros em campanha salarial e contra a privatização

29/10/2015 - Se a Petrobras pretendia desmobilizar os trabalhadores petroleiros com o agendamento da negociação realizada na quarta-feira, dia 28, não conseguiu. Nesta quinta-feira, dia 29, várias unidades da estatal, que fazem parte da base da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), realizaram paralisações e protestos.

Houve manifestação nas bases dos cinco sindicatos da FNP: Alagoas/Sergipe, Rio de Janeiro, Pará/Amazonas/Amapá/Maranhão, Litoral Paulista e São José dos Campos.

Em São José dos Campos, na Revap, houve um trancaço (foto) durante assembleia que discutiu a mobilização da Campanha Salarial na manhã desta quinta, que atrasou em uma hora a entrada do turno 7x15 e do administrativo. Na troca de turno da tarde, às 15 horas, houve corte de rendição.

Os petroleiros do Litoral Paulista cruzaram os braços em todas as unidades. A greve começou ainda na noite de quarta-feira, com os ônibus dos turnos das 23h e 0h chegando completamente vazios na RPBC, em Cubatão, Terminal Alemoa, em Santos, e Tebar, em São Sebastião.

Na base do Sindipetro Alagoas/Sergipe, no Tecarmo, Polo Atalaia, os trabalhadores deflagraram greve com adesão de 80% entre os petroleiros próprios e 60% entre os terceirizados. Na base de Carmópolis (SE) a categoria também está em greve. Na sede a adesão foi de 90% com participação de próprios e terceirizados.

No Rio de Janeiro, o TABG entrou forte na greve nacional com adesão dos trabalhadores do turno e do administrativo.

Na Amazônia, o dia começou com trancaços no Porto Encontro das Águas (PEA) e no Prédio Regional Norte (UO-AM). Na Transpetro Belém ocorre greve de 24h, com adesão de 100% do turno e mais de 60% no administrativo. Na Unidade Petrolífera do Urucu (AM) também está ocorrendo greve de 24h, com garantia apenas do efetivo mínimo. No prédio Compartilhado Belém foi realizada paralisação de 2h.

Nenhum direito a menos e contra a privatização
Na negociação ocorrida na quarta-feira, marcada depois de semanas de mobilização e ameaça de greve, a Petrobras propôs 8,11%, índice que sequer repõe a inflação, e a retomada da negociação em mesa única com todo o Sistema Petrobrás.

Por considerar as propostas muito tímidas depois de muita enrolação, a FNP decidiu manter a categoria mobilizada e indicou às bases construírem a greve, com reavaliação diária.

Os petroleiros vêm realizando mobilizações desde o dia 24 de setembro, com cortes de rendição e atrasos. A categoria está em Campanha Salarial e também denuncia o Plano de Desinvestimento de Dilma (PT) e os projetos de lei do PSDB contra a exploração estatal do pré-sal.

Essas propostas atacam o caráter público da Petrobrás, ameaçam postos e condições de trabalho e aprofundam a privatização do petróleo brasileiro.

Vergonhosamente, a Federação Única dos Petroleiros (FUP/CUT) segue atuando para desmobilizar suas bases e, apesar dos vários chamados à unificação da luta, a federação cutista segue se negando a realizar uma greve nacional para não se enfrentar com o governo Dilma.

Para Toninho Ferreira, presidente do PSTU de São José dos Campos e suplente de deputado federal, a mobilização nas bases da FNP é muito importante e merece todo o apoio.

“Trata-se de uma categoria estratégica e essa luta vai no sentido de unificar e fortalecer as mobilizações dos trabalhadores que estão em curso no país, mas acima de tudo tem um caráter político e de luta contra os ataques do governo e defesa da estatal, contra as tentativas de privatização”, disse Toninho, que participou da assembleia na manhã desta quinta, na Revap.

Informações: SindipetroLP e FNP

Assembleia com o turno da manhã na Revap

Toninho fala durante assembleia na Revap