Em dia nacional de luta, trabalhadores exigem revogação de MPs que reduzem direitos


28/1/2015 - O Dia Nacional de Lutas por Direitos e Empregos, convocado pelas centrais sindicais, nesta quarta-feira, dia 28, foi marcado por manifestações em várias capitais do país. Atos, passeatas, paralisações e assembleias ocorreram em cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Belém, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Aracaju, Porto Alegre e São Bernardo do Campo.

Em São Paulo, a manifestação convocada de forma unificada por todas as centrais sindicais, inclusive a CSP-Conlutas, reuniu cerca de 5 mil pessoas e realizou uma passeata na Avenida Paulista. Em Curitiba, cerca de 40 mil metalúrgicos de fábricas como Volvo, Volks, Renault, Bosch, Basf, entre
outras, cruzaram os braços. A BR 277 e BR 376 foram bloqueadas durante a manhã. Em Belém, uma passeata com cerca de 500 pessoas também percorreu as ruas centrais da capital paraense.

Do Vale do Paraíba, uma caravana com 120 pessoas saiu de São José dos Campos e Jacareí para a manifestação em São Paulo. Pela manhã, houve assembleias em várias empresas, como GM, Schrader, Wirex, Latecoere, Alestis e outras.

De forma unificada, as manifestações protestaram contra os ataques aos direitos trabalhistas e previdenciários que estão sendo feitos pelo governo Dilma desde o início deste ano. Os trabalhadores exigiram a revogação imediata das Medidas Provisórias 664 e 665,  que dificultaram o acesso ao seguro-desemprego, auxílio-doença, pensão por morte, PIS (abono salarial) e seguro-defeso.

Nem que a vaca tussa
Na primeira mobilização de chamado nacional contra os ataques do governo, o recado dos trabalhadores foi claro: não se mexe em direito "nem que a vaca tussa", numa referência irônica à própria fala da presidente Dilma durante a campanha eleitoral, que disse que não reduziria direitos.

"Dilma mentiu, a vaca tossiu", "Um, dois, três, quatro, cinco mil. Ou param os ataques ou paramos o Brasil", gritaram os manifestantes no ato na Avenida Paulista, em São Paulo.

O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, Herbert Claros, falou no ato. “A classe trabalhadora vem às ruas,

porque não vai aceitar retirada de direitos, não vai aceitar medidas que atacam a Previdência. Quem tem de pagar pela crise não somos nós, quem tem de pagar pela crise são os patrões, a burguesia e os bancos que ganham com a exploração dos trabalhadores”, destacou o dirigente.

Herbert continuou sua fala apontando que o desafio das centrais e sindicatos presentes no ato era manter a unidade e a continuidade das mobilizações em defesa dos empregos e direitos dos trabalhadores. “Se necessário, vamos parar todo o Brasil para pressionar o governo a atender a exigência dos trabalhadores. Não há recuo. Nós queremos a revogação imediata dessas medidas provisórias”, finalizou.

Espaço Unidade de Ação se réune dia 30
Os atos do Dia Nacional de Lutas ocorreram um dia depois da presidente Dilma realizar a primeira reunião ministerial em que o governo reafirmou a política de arrocho e retirada de direitos dos trabalhadores. Portanto, a negociação que o governo deu início com a CUT, Força Sindical, CTB, UGT e outras, não passa se encenação, uma tentativa de desmobilizar os trabalhadores.

As entidades que formam o Espaço Unidade de Ação (CSP CONLUTAS, Movimento de Luta Socialista - MLS, Condsef – Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal Feraesp – Federação dos Empregados Rurais Assalariados de São Paulo Conafer – Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais do Brasil) realizam uma reunião nesta sexta, dia 30.

O objetivo é discutir a necessidade de unir as lutas em 2015 e avançar nas mobilizações para impedir os ataques dos governos e patrões.