Fala Toninho: Mais uma vez, a violência de Alckmin contra os pobres


17/9/2014 - O governo Alckmin (PSDB) foi protagonista de mais uma violenta reintegração de posse. Foi ontem, terça-feira, dia 16, no centro de São Paulo. Com uso de grande aparato policial, cerca de 800 pessoas, muitas crianças, idosos e mulheres grávidas, foram despejadas de suas moradias debaixo de bombas e cassetetes. 

Assim como ocorreu no Pinheirinho, novamente, famílias foram jogadas na rua para que um prédio fosse entregue à especulação imobiliária.

Abandonado há mais de dez anos, o antigo Hotel Aquarius, que na verdade nunca chegou a funcionar, possui 100 apartamentos e foi ocupado há seis meses por 200 famílias sem-teto. A ação foi organizada pelo movimento Frente de Luta por Moradia (FLM), que reivindicava que o prédio fosse transformado em moradia popular.

A reintegração foi pedida na Justiça pelos antigos proprietários do imóvel e a ação da Tropa de Choque da Polícia Militar foi autorizada pelo governo Alckmin.

Durante todo o dia, as ruas próximas à Avenida São João se transformaram em uma verdadeira praça de guerra. Dezenas de moradores foram presos e muitos foram feridos por balas de borracha usadas pela PM. Segundo os moradores, os proprietários do imóvel descumpriram o acordo de providenciar 40 caminhões para retirada e transporte dos móveis.


A história se repete
Mais uma vez, o governo tucano usa de violência contra a população pobre para atender os interesses dos proprietários e especuladores.

Por sua vez, o governo do PT, na figura do prefeito Haddad, também não se dispôs a resolver o problema, já que se recusou a atender às reivindicações dos moradores e desapropriar o prédio para transformá-lo em moradia popular.

Em 2012, a prefeitura chegou a publicar um decreto manifestando interesse em desapropriar o imóvel, mas voltou atrás por considerar que a ação seria “economicamente inviável”.

O impasse em torno do antigo hotel Aquários é igual ao de tantos outros prédios e construções de São Paulo, sobretudo na região central da cidade. São imóveis abandonados, que acumulam lixo, milhões de reais em dívidas de IPTU e não cumprem nenhuma função social.

Segundo levantamento feito em 2013 pela Secretaria Municipal de Habitação, são 49 prédios abandonados apenas na região central. Este número, entretanto, pode ser bem maior, já que há construções de fora da contagem oficial. Destes imóveis, 30 estão ocupados por movimentos de moradia, 17 estão vazios e apenas 2 estão em reforma pelo programa de habitação Renova Centro.

Ao invés de desapropriar esses imóveis e transformá-los em moradia social, atendendo a milhares de famílias, criando moradia perto de onde há emprego e devolvendo vida ao centro da cidade, Prefeitura e Estado preferem deixá-los a cargo da chamada especulação imobiliária e jogar a população cada vez mais para a periferia. 

Um papel lamentável que mostra perfeitamente a quem esses governos estão à serviço: dos ricos e poderosos.