Trabalhadores dos Correios fazem greve contra terceirização do convênio e condições precárias de trabalho
No Vale do Paraíba, cerca de 70% dos trabalhadores dos Correios estão em greve. Em algumas cidades como Lorena, Jacareí e Cahoeira Paulista mais de 90% dos ecetistas participam da greve.
Em São José dos Campos os trabalhadores começaram as atividades já na madrugada do dia 30, com a paralisação das atividades no Centro de Entrega de Encomendas, localizado no Jardim Aquarius.
A direção da ECT anunciou que, a partir de janeiro, deixaria a administração do Correios Saúde. Com essa mudança seria criado o Postal Saúde, um plano privatizado e sucateado, no qual os ecetistas ainda passarão a pagar mensalidades e taxas, o que não ocorre atualmente.
A terceirização do plano contraria uma determinação do TST (Tribunal Superior do Trabalho), expressa no Acordo Coletivo da categoria, que afirma ser a ECT a única responsável pela administração do plano de saúde, sem qualquer alteração no convênio atual.
Outro ataque que a empresa pretende é a mudança na lista de dependentes. Hoje podem ser colocados como dependentes filhos, cônjuges e pais. No novo plano, os pais deixariam de ser considerados dependentes.
A greve também traz outras reivindicações, como a aplicação do Plano de Cargos e Salários, o PCCS 1995, que deveria ter sido pago em março de 2013 e melhores condições de trabalho, já que faltam equipamentos de segurança e uniformes, e as instalações antigas dos prédios oferecem riscos aos trabalhadores.
Os ecetistas reivindicam ainda a mudança das entregas para o período da manhã, para que os trabalhadores não se exponham às altas temperaturas do período da tarde, que podem causar problemas de saúde.
“A privatização do plano de saúde é o maior ataque já feito pelos Correios desde a MP 532, que criou os Correios S.A. A direção petista da ECT quer tirar das mãos dos trabalhadores um direito já conquistado com a desculpa de cortar custos. Para isso, chega até a descumprir uma determinação judicial. Os ecetistas devem se manter mobilizados para barrar esse absurdo”, afirma o presidente do Sintect-VP, Marcílio Medeiros.
Por Douglas Dias