Governo Carlinhos e servidores: intransigência e ataques aos direitos

28/10/2013 - Foi com pressão que os servidores municipais conseguiram na quinta-feira, dia 23, impedir a votação do projeto do prefeito Carlinhos (PT) que criava o banco de horas. A galeria da Câmara ficou cheia com o funcionalismo e a mobilização garantiu que os vereadores retirassem o projeto da pauta de votação.

O banco de horas é um grave ataque aos trabalhadores, pois, na prática, significa o fim do pagamento de um direito que é a remuneração de horas extras.

De acordo com o projeto da Prefeitura, o banco de horas seria usado para a compensação de horas extras feitas pelo funcionalismo. O texto não define, porém, como funcionaria essa compensação. A medida faz parte de um pacote de medidas da Prefeitura para cortar custos.

Greve dos coletores do lixo
Por outro lado, uma nova greve dos coletores de lixo colocou em xeque a Prefeitura. Os trabalhadores da coleta seletiva, funcionários da Urbam (Urbanizadora Municipal), iniciaram uma greve no último dia 21 e ficaram paralisados por cinco dias. Eles reivindicavam melhores salários, taxa de insalubridade e uma hora para almoço.

A Urbam chegou a ameaçar terceirizar o serviço para a Cavo Serviços e Saneamento, assim como fez no mês passado durante a greve dos coletores do lixo comum. Por pressão do Sindicato da categoria, a Urbam acabou recuando e foi fechado um acordo que pôs fim à greve.

A velha desculpa da falta de verba
O fato é que após 16 anos de governo do PSDB, os servidores municipais continuam sendo tratados com descaso. Este ano, Carlinhos também não concedeu reajuste real aos salários da categoria, a exemplo do que fizeram Cury e Emanuel em seus governos.

Greves são tratadas com intransigência e repressão, como no caso dos coletores de lixo.

A velha desculpa é a falta de verba. Mas o Orçamento de 2014 tem uma previsão de crescimento de 17,75%, num valor total de R$ 2,17 bilhões. São José é uma cidade rica. O que precisamos discutir é para quem. Carlinhos precisa parar de governar para os ricos e atender as reivindicações dos trabalhadores e do povo”, afirma Ernesto Gradella, presidente interino do PSTU.