Outubro é mês de luta contra a privatização do petróleo brasileiro

01/10/2013 - A reunião da coordenação nacional da CSP-Conlutas aprovou no último final de semana a luta contra a privatização do petróleo brasileiro como centro de atuação neste mês de outubro.
A mobilização visa denunciar e barrar o leilão do Campo de Libra, na bacia de Santos, marcado pelo governo Dilma para o dia 21 de outubro. O campo é uma das maiores reservas do petróleo do pré-sal e se for leiloado significará um dos maiores ataques à soberania e às riquezas naturais do país.
Leilão é privatização
O campo de Libra é a maior descoberta de petróleo no Brasil, feita com a tecnologia e mão de obra especializada da Petrobras. Estima-se que no local existam cerca de 15 bilhões de barris de petróleo o equivalente a, aproximadamente, US$ 1,5 trilhão (3 trilhões de reais).
Contudo, o governo Dilma espera leiloar a área por apenas R$ 15 bilhões! É como se o barril do petróleo, que custa atualmente mais de US$ 100, fosse vendido a R$ 1 pelo governo!
Ou seja, o petróleo é nosso, foi descoberto pela Petrobras que é a única empresa com tecnologia para exploração de petróleo em águas profundas e multinacionais estrangeiras é que vão botar a mão nessa riqueza! Um crime de lesa-pátria!
A presidente Dilma fez sua campanha eleitoral em 2010 criticando as privatizações do PSDB. Afirmou que não permitiria a entrega do patrimônio nacional e a privatização da Petrobras. Mas, na prática, o PT tem feito exatamente o oposto.
No governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foram leiloados 484 blocos de petróleo. O ex-presidente Lula (PT) privatizou 706 blocos durante seu governo e se o leilão de Libra ocorrer, Dilma terá licitado 590 blocos de petróleo somente em 2013!
É uma das maiores riquezas naturais, motivo de guerras no mundo, sendo entregue de bandeja pelos governos brasileiros às multinacionais estrangeiras!
Os leilões das reservas de petróleo são expressão de uma política privatista que também afeta a Petrobras, que apesar de oficialmente ainda ser uma estatal, na prática já está nas mãos de acionistas estrangeiros, com suas ações negociadas na Bolsa de Valores.
Outro aspecto do sucateamento da empresa é a situação dos trabalhadores. Atualmente a Petrobras possui apenas 70 mil trabalhadores efetivos, contra mais de 360 mil terceirizados, numa clara política de precarização e redução de salários e direitos. 

Espionagem e fraude no leilão
A presidente Dilma se disse indignada com a revelação de que ela e a Petrobras foram alvos da espionagem dos Estados Unidos.  Mas, na prática, a postura do governo Dilma não passou da retórica!
É público que um dos principais objetivos dos Estados Unidos é o pré-sal brasileiro. Este leilão é um jogo de cartas marcadas! É um atentado à soberania nacional!
Portanto, se a presidente Dilma, de fato, quisesse dar uma resposta aos EUA, suspenderia este leilão fraudulento.
É preciso impedir a entrega do Campo de Libra. Defendemos uma Petrobras 100% estatal e, ao invés de entregar a preço de banana nossas riquezas, que os recursos do pré-sal sejam integralmente investidos em saúde, educação, moradia, etc.
Confira o calendário aprovado na reunião da CSP-Conlutas e some-se à campanha em defesa do petróleo brasileiro e da Petrobras!   

- 24 de setembro: início de um acampamento no Rio de Janeiro em frente à sede da Petrobras
- 3 de outubro: no aniversário de 60 anos da Petrobras, os movimentos sociais realizarão atos pelo país e iniciam um acampamento em Brasília 
- 7 de outubro: realização de um ato político-cultural no Rio de Janeiro, com participação de artistas e intelectuais   
- 14 a 18 de outubro: a luta contra os leilões de petróleo nos estados
- 17 de outubro: marchas nas principais capitais do país contra o leilão de Libra
- 21 de outubro: grande manifestação nacional contra a entrega de Libra na cidade onde for realizado o leilão