Não à criminalização das lutas dos trabalhadores e dos movimentos sociais!

30/9/2013 - Nas greves, nas manifestações, nas lutas populares, tem sido crescente a repressão e a criminalização dos movimentos sociais.

Na Campanha Salarial dos metalúrgicos que está em curso, por exemplo, o efetivo da Polícia Militar na portas das fábricas é absurdo. São dezenas de policiais a serviço das empresas para intimidar e forçar a entrada de trabalhadores nas fábricas.

Na MWL, em greve desde o dia 20, a truculência da PM é lamentável. A empresa chegou a colocar homens armados dentro de um ônibus com trabalhadores para impedir a realização de assembleia.

Na Parker Hannifin também durante uma greve na empresa, um dirigente sindical que entrou na fábrica para negociar, simplesmente foi retirado do local de forma arbitrária e violenta por policiais.

A Justiça julga greves ilegais e abusivas. Além disso, impõe os interditos proibitórios, que são as famigeradas ações judiciais utilizadas indevidamente por empresas para inviabilizar os movimentos grevistas e as próprias entidades sindicais, por meio de multas vultosas a essas entidades.

Mas não é apenas nas campanhas salariais que a repressão tem sido um método da burguesia.

No Rio de Janeiro, no final de semana, professores que ocuparam a Câmara na semana passada foram retirados do local de forma extremamente violenta. A truculência da PM foi registrada por fotos e vídeos.

Recentemente, a Assembleia Legislativa do Rio (ALERJ) aprovou um projeto  de lei que proíbe o uso de máscaras em protestos. Quem for "flagrado" utilizando algum tipo de máscara em uma manifestação, será detido e encaminhado à delegacia.

O projeto vai além e estipula ainda a obrigatoriedade de aviso prévio à polícia de qualquer ato público. Seus organizadores deverão avisar à delegacia da região em que o protesto for ocorrer.

Em Minas Gerais, também houve prisões arbitrárias e truculentas, chegando a Justiça a proibir expressamente os detidos, quando soltos, de se manifestarem até na Internet.

A Câmara dos Deputados em Brasília, por sua vez, proibiu a entrada de faixas e cartazes no prédio, alegando "questão de segurança".

Frear as lutas
O que está por trás do aumento da repressão contra as lutas dos trabalhadores e movimentos sociais é a tentativa da burguesia, polícia e governos de retomarem o controle das ruas, perdido em junho. Querem frear as lutas e derrotar os trabalhadores, a juventude e a população que estão se mobilizando por seus direitos.

Lamentavelmente, a imprensa também realiza uma verdadeira campanha de criminalização, fazendo terror em torno dos "mascarados" e do "vandalismo" nos protestos, exigindo abertamente mais repressão às manifestações.

Ao criminalizarem as lutas, os poderosos buscam preservar seus lucros e interesses. Querem transformar em crime o direito de lutar por melhores salários, moradia, terra e por uma vida digna, direitos que deveriam ser garantidos pelo Estado.

Quem deve estar na cadeia são os corruptos e corruptores. São os que, negando recursos para a saúde e educação, deixam nossa juventude sem perspectiva de futuro. São os que superfaturam ou realizam obras desnecessárias para transferir dinheiro público para seus amigos empresários.

É preciso uma ampla campanha, com unidade e solidariedade de toda a classe trabalhadora, sindicatos, movimentos sociais e organizações democráticas contra a repressão e a criminalização.

- Abaixo a repressão! Pela livre liberdade de manifestação e expressão!

- É necessário extinguir imediatamente as tropas de choque e desmilitarizar a PM, unificando as polícias em nova estrutura, civil, controlada pela comunidade, com estrutura interna democrática, eleição dos superiores
e direito à sindicalização e greve!

- Em defesa do amplo e irrestrito direito de greve!

- Fim das perseguições e punições aos trabalhadores que lutam

- Fim dos ataques às organizações sindicais e sociais

- Fim da violência e dos assassinatos dos que lutam no campo e na cidade

- Fora Cabral, vá com Paes!

- Fora Alckmin, corrupto e ditador!


Leia também "Diante da repressão de Paes e Cabral, ampliar a solidariedade à greve"