Governo Dilma anuncia corte de R$ 70 bilhões, o maior durante os governos petistas

Ministro do Planejamento anunciou medidas nesta sexta-feira
22/5/2015 - O governo Dilma anunciou nesta sexta-feira, dia 22, o maior corte no Orçamento do país dos últimos anos. O facão será de quase R$ 70 bilhões, atingindo áreas essenciais como saúde, educação, moradia e desenvolvimento social. É o maior corte feito durante os governos petistas.

O contingenciamento é mais uma das medidas do ajuste fiscal que a presidente Dilma está colocando em prática, em meio ao aprofundamento da crise econômica no país. Novamente, o governo optou por penalizar os trabalhadores para garantir os lucros de bancos e das grandes empresas.

Os Ministérios das Cidades, da Saúde e da Educação lideraram os cortes no Orçamento Geral da União de 2015. Juntas, as três pastas concentraram 54,9% do bloqueio de R$ 69,946.

No Ministério das Cidades, o corte chegou a R$ 17,232 bilhões. A saúde, que continua sendo manchete com escândalos do sucateamento dos hospitais e postos de saúde em todo o país, com pessoas sendo atendidas nos corredores e até no chão, perderá R$ 11,7 bilhões. Na “Pátria Educadora”, o Ministério da Educação terá um corte de R$ 9,4 bilhões, o equivalente a quase 13% do total. Nos ministérios dos Transportes (R$ 5,735 bilhões) e Defesa (R$ 5,617 bilhões).

O objetivo do governo é atingir a qualquer custo a meta fiscal deste ano, de R$ 66,3 bilhões, o equivalente a 1,1% do PIB, e já demonstrou que fará isso à custa de ataques aos direitos e condições de vida dos trabalhadores e da maioria da população.

Alíquota sobre lucros dos bancos
Ao mesmo tempo em que anunciou o facão nos investimentos sociais, o governo editou uma medida provisória aumentando a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos, de 15% para 20%, o que deve gerar R$ 4 bilhões por ano.

Com isso, o governo tenta mostrar que também está tirando “dos de cima”. Mas uma simples conta demonstra que, mais uma vez, verificamos a prática de dois pesos, duas medidas. Afinal, os bancos, que têm anunciado lucros recordes e bilionários mesmo em meio ao agravamento da crise no país, vão arcar com R$ 4 bilhões por ano.

Já as restrições impostas pelas Medidas Provisórias 664 e 665, que retiram direitos dos trabalhadores, vão render algo em torno de R$ 14 bilhões. Isso sem contar o facão anunciado nesta sexta-feira, que significa a redução de investimentos e piora dos serviços públicos, bem como a política econômica, que tem aumentado os juros, a inflação e desemprego.

Ou seja, está claro de quem o governo do PT está tirando para pagar os custos da crise.

A crise não foi criada pelos trabalhadores. Não há dinheiro para se investir nas áreas sociais e no que é necessário para o povo, pois o governo Dilma prioriza o pagamento da Dívida Pública, à custa de juros escorchantes. Mais da metade do orçamento do país vai para pagar essa dívida, que acaba no bolso dos banqueiros e agiotas internacionais. Sem falarmos do dinheiro que escorre nos ralos da corrupção”, denuncia o presidente do PSTU de São José dos Campos e suplente de deputado federal, Toninho Ferreira.

Os trabalhadores não podem pagar pela crise e vamos dizer isso nas ruas em 29 de maio, com um grande dia nacional de paralisação, em preparação à Greve Geral, contra o ajuste fiscal do governo Dilma e do Congresso e a retirada de direitos”, disse Toninho.