Fábricas paradas, protestos e manifestações marcam dia de Greve Geral em São José e região

30/6/2017 - São José dos Campos e região tiveram um novo dia de fortes mobilizações nesta sexta-feira, dia 30, a exemplo da Greve Geral realizada em abril. Como em outras regiões do país, foram realizadas greves, protestos e manifestações, demonstrando, mais uma vez, a forte disposição de luta dos trabalhadores.

Houve paralisações e mobilizações nas categorias: metalúrgica, petroleira, química, construção civil, rodoviários e bancária.

Em São José dos Campos, não houve produção na General Motors, seja entre os trabalhadores diretos da montadora, seja entre os terceirizados. Também pararam a Prolind, Hitachi, Parker Filtros, Heatcraft, Ericsson e Sun Tech.

Pararam os trabalhadores a Monsanto, os petroleiros e operários da construção civil terceirizados da Revap, e os bancários fecharam todas as agências da região central da cidade.

Já em Jacareí, pararam as metalúrgicas Avibras, Parker Hannifin, Armco e Deca e a química Basf (Jacareí). Em Taubaté, na indústria química IFF também teve greve.

O dia começou com mobilização e piquetes nas garagens de ônibus urbanos, tanto em São José como em Jacareí. Mas, ainda nas garagens, houve fortíssima repressão da PM que usou de muita violência para tentar impedir que se repetisse na região a forte paralisação ocorrida em abril, quando nenhum ônibus circulou.

Na Maringá, na zona sul, a Guarda Municipal agiu com truculência para forçar a saída dos ônibus. Dirigentes sindicais foram agredidos com cassetetes e gás de pimenta. Apesar de tudo, houve atrasos e paralisações pela manhã em São José e Jacareí.

Passeatas tomaram as ruas de São José e Jacareí
Após as mobilizações nas garagens e fábricas que tiveram início nas primeiras horas da madrugada, manifestantes de várias categorias se concentraram nos centros das cidades de São José dos Campos e Jacareí e saíram em marcha pelas ruas.

Em São José, o ato começou na Praça Afonso Pena, por volta das 10h, e seguiu pela Rua 15 de novembro e Avenida Madre Paula de São José, terminando por volta das 12h em frente ao INSS, na Avenida João Guilhermino.

Em Jacareí, os condutores da viação JTU conduziram os carros em operação tartaruga pelo centro da cidade, como forma de protesto contra Temer e as reformas que retiram direitos. A manifestação também contou com a participação de servidores públicos da Prefeitura, trabalhadores do serviço de água e esgoto, da alimentação, químicos, vidreiros, papeleiros e aposentados.

Durante duas horas eles percorreram as ruas da cidade com carro de som, faixas e cartazes que denunciavam a corrupção no governo Temer e os deputados federais da região Eduardo Cury (PSDB) e Pollyana Gama (PPS), que votaram a favor da reforma trabalhista e defendem a reforma da Previdência.

Repressão
Além da forte repressão feita pela PM nas garagens de ônibus, na Embraer, onde teve manifestação na entrada do primeiro turno, também houve abuso e violência contra manifestantes. A Polícia Militar chegou a agredir covardemente o presidente do PSTU de São José dos Campos, Toninho Ferreira.






No final do ato, na Praça Afonso Pena, em São José, houve um escandaloso caso de arbitrariedade. Cerca de 20 ativistas que participaram da passeata realizada no centro foram detidos após o final da manifestação, por cerca quatro horas no 1º Distrito Policial. A absurda prisão ocorreu quando os ativistas aguardavam na delegacia a liberação de outros dois manifestantes que haviam sido presos anteriormente.

Para o presidente do PSTU de São José dos Campos, Toninho Ferreira, as mobilizações deste dia 30 de junho demonstram mais uma vez que há disposição de luta da classe trabalhadora para derrotar as reformas e o governo Temer.

A luta continua
“Os setores mais organizados da classe em diversas categorias pararam em todo o país. Assistimos greves, cortes de estradas, manifestações. Uma mobilização que alcançou todos os estados do país mais o Distrito Federal”, avaliou Toninho.

“Ficou mais uma vez demonstrado que há muita reserva de forças na classe trabalhadora, mas também vimos que nem todas as centrais sindicais estão comprometidas com a derrota das reformas”, disse.

Para Toninho, as mobilizações só não foram maiores em razão do vacilo de algumas centrais como a Força Sindical e a UGT e do processo de negociação que estas centrais estão fazendo com o governo Temer jogam contra a luta dos trabalhadores.

“Neste dia 30, quando milhares de trabalhadores estavam nas ruas contra as reformas, o Supremo Tribunal Federal retomou o mandato de Aécio e soltou o ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures, e os governos agiram com extrema violência e repressão contra os manifestantes. O governo também segue firme com o propósito de aprovar a reforma Trabalhista nos próximos dias”, analisa Toninho.

“Portanto, a nós trabalhadores, não resta outro caminho senão seguir lutando, intensificando as mobilizações, inclusive com a exigência de que as centrais sindicais rompam qualquer negociação com o governo e organizem a mobilização para derrotar as reformas de uma vez”, concluiu.