Em dia de luta da mulher negra, candidata à vice-presidência pelo PSTU, Cláudia Durans, denuncia a violência policial e sexual



25/7/2014 - No dia 25 de julho, é comemorado o “Dia Latino Americano da Mulher Negra”. A data foi definida no Encontro de Mulheres Negras, realizado em Santo Domingo, capital da República Dominicana, em 1992. Desde então, o dia, reconhecido pela ONU, tornou-se referência para os movimentos sociais, em especial para o movimento negro.

A candidata a vice-presidente pelo PSTU, Cláudia Durans, denuncia a situação das mulheres negras trabalhadoras, situação que ela, negra e mulher, sente na pele. "A escravidão já acabou, mas ainda hoje nós, mulheres negras, somos as mais oprimidas e exploradas", afirma. "Nossos salários não chegam à metade do de um homem branco e, além disso, somos 40% das desempregadas e a maioria das trabalhadoras terceirizadas e sem carteira assinada", denuncia a candidata.

"No Brasil, somos 60% das vítimas de violência doméstica e sexual", alerta, explicando que são as mulheres negras que moram nas periferias, com ruas mal iluminadas e mais expostas à insegurança pública. Uma mulher é estuprada a cada 12 segundos e morta a cada hora e meia", indigna-se, complementando que a violência atinge mais as mulheres negras, que são 61% das mulheres assassinadas.

Além disso, são as mulheres negras as maiores vítimas da violência policial contra a população pobre das periferias, a exemplo das cenas que chocaram o país em março deste ano, quando uma mulher negra, Cláudia Silva Ferreira, foi morta a tiros pela PM e arrastada por 350 metros pelas ruas do Rio. "Nós, mulheres negras, somos a mulher do Amarildo, a mãe do DG, irmãs e amigas de cada um dos negros que são mortos a cada 25 minutos no Brasil", afirma Cláudia.

Para Cláudia Durans, o dia 25 de julho é uma data de luta para denunciar o racismo e o machismo e exigir melhores condições de vida às mulheres negras. "É um dia para irmos à luta por salários iguais entre homens e mulheres, negros e brancos, por investimentos em programas de combate à violência à mulher, o direito ao aborto, o fim da violência policial e todas as reivindicações das mulheres negras", defende.