Em debate no Sindicato, Toninho critica isenção fiscal às empresas e defende redução da jornada


25/9/2014 - O candidato do PSTU a deputado federal Toninho Ferreira participou na noite desta quarta-feira, dia 24, do debate promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região e pela CSP-Conlutas.  O evento reuniu cerca de 100 pessoas e tratou de temas como emprego, redução da jornada, moradia e aposentadoria.

Toninho debateu com a candidata do PT Ana Lídia Aguiar. Os demais candidatos convidados pelas entidades, Amélia Naomi (PT), André Miragaia (PV), Eduardo Cury (PSDB), Flavinho (PSB), João das Mercês Tampão (PTB) e Lino Bispo (PR) não compareceram.

Além de metalúrgicos, participaram trabalhadores e dirigentes sindicais de outras categorias, como das indústrias de alimentação, condutores, dos Correios, aposentados, Movimento Mulheres em Luta, entre outros.

Pelas regras do debate, os candidatos inicialmente se apresentaram. Em seguida, as entidades organizadoras fizeram cinco perguntas, que foram respondidas por Toninho e Ana Lídia. E, por último, foram feitas as considerações finais de cada candidato.

Toninho iniciou lamentando a ausência dos demais que haviam sido convidados, ressaltando que essa postura revelava uma posição de classe.  “Se fosse um debate realizado por empresários, que financiam suas campanhas e para quem governam, eles iriam. Mas, como é um debate realizado pelos e para os trabalhadores, eles tratam com desrespeito. Nós, ao contrário, nos sentimos em casa. Nossa candidatura e mandato estão a serviço das lutas e das reivindicações dos trabalhadores”, disse Toninho.

Toninho foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos por dois mandatos, em 1990 e 1997, e dirigiu inúmeras lutas da categoria e greves históricas.

Emprego e jornada
Diretores do Sindicato dos Metalúrgicos fizeram as duas primeiras perguntas sobre os temas emprego e trabalho, em que foram questionadas a política de isenção fiscal do governo às empresas e as demissões que as montadoras estão realizando no país. Outra questão foi sobre a redução da jornada.

Já no início ficou clara a diferença entre as propostas de Toninho e a candidata do PT. Toninho foi taxativo em denunciar a política do governo que garantiu nos últimos anos R$ 25 bilhões de incentivos fiscais às empresas, enquanto as demissões não pararam e os salários foram arrochados. Ele lembrou a luta dos metalúrgicos da GM, da qual também participou, e defendeu medidas como o fim das isenções às empresas, a garantia de estabilidade no emprego e a proibição da remessa de lucros das multinacionais ao exterior.

Ana Lídia, por outro lado, defendeu a geração de empregos nos governos do PT e disse não ser contra as isenções às empresas, desde que se exija como contrapartida a garantia dos empregos, coisa que o governo Dilma não fez.

Sobre o tema da redução da jornada, uma das principais reivindicações dos trabalhadores atualmente e que tem uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) parada há anos no Congresso, novamente, a diferença na posição dos candidatos foi salientada.

Toninho lembrou que foi a histórica greve dos metalúrgicos da GM, em 1985, que permitiu a redução da jornada de 48h para 44h, inclusive garantida na Constituição de 1988. Ele criticou os governos do PSDB e do PT, que não se dispuseram a debater a redução para 40h, e mantêm a proposta parada no Congresso. “Isso acontece porque a maioria dos parlamentares é financiada ou ligada a empresários. Não dá para confiar no Congresso. Por isso, a redução da jornada terá de ser conquistada na luta”, disse.

Ana Lídia também disse ser a favor da redução da jornada, mas saiu em defesa dos governos do PT para justificar o porquê até hoje não foi reduzida a jornada. Ela destacou a necessidade de uma Reforma Política, principal linha petista no momento, para destravar as pautas mais sentidas da sociedade.

Diante das contradições da candidata petista, que é da corrente Articulação de Esquerda, Toninho chegou a dizer que ela estaria no partido errado, pois defendia propostas que seu partido e o governo não colocavam em prática.

O debate também abordou temas sobre moradia, Lei Maria da Penha, violência contra as mulheres e aposentadoria. Assim, fatos como a desocupação do Pinheirinho, especulação imobiliária, reforma urbana, falta de investimentos do governo para combater o aumento da violência contra a mulher, Fator Previdenciário e reajuste das aposentadorias foram abordados pelos candidatos.

Ao final, Toninho saudou novamente a iniciativa do Sindicato dos Metalúrgicos e demais sindicatos da CSP-Conlutas que organizaram o debate e da importância de poder levar aos trabalhadores as propostas socialistas do PSTU e de sua candidatura.

“Seguimos acreditando na classe trabalhadora e na luta pelo socialismo. Seguiremos a serviço das lutas dos trabalhadores e do povo pobre, pois é com luta que vamos mudar esse país”, disse.

Debate com estudantes
Nesta quinta-feira, dia 25, pela manhã, Toninho participou de outro debate e falou aos estudantes da Escola Estadual Major Miguel Naked, no Jardim Morumbi, região sul de São José dos Campos. O debate também contou com a presença do candidato a deputado federal Flavinho do PSB e de Ângela Guadagnin, representando a candidata Amélia Naomi, do PT.

Toninho respondeu às questões elaboradas pelos alunos dos terceiros anos da escola sobre os temas educação, saúde, salários dos parlamentares e direitos sociais.

Ao falar sobre a absurda diferença que existe entre os altos salários dos parlamentares e o salário mínimo recebido pela maioria dos trabalhadores, Toninho foi aplaudido.

“A primeira ação dos parlamentares quando eleitos quase sempre é elevar os próprios salários. Com muita luta, em conjunto com a juventude, conseguimos barrar esse processo por duas vezes em São José e Jacareí, impedindo o aumento de vereadores e prefeitos. Se eleito, levarei essa luta à Câmara Federal. É escandaloso que num país como o nosso, em que a maioria das famílias tenha de sobreviver com um salário mínimo, os parlamentares tenham salários de mais de R$ 26 mil”, afirmou Toninho.

Sobre saúde, Toninho denunciou as terceirizações e privatização de hospitais e postos de saúde, quando também foi bastante aplaudido.