Campanhas para deputado federal podem chegar a R$ 10 milhões. Quem vai pagar a conta?
A maior conta é a da candidata do PT, Amélia Naomi, que prevê um gasto de nada menos que R$ 10 milhões! Em seguida, vem o ex-prefeito Eduardo Cury (PSDB), que planeja gastar R$ 6 milhões.
As estimativas informadas pelos partidos à Justiça Eleitoral não representam, necessariamente, quanto será gasto na campanha, mas são um indicativo do limite máximo. Conhecemos bem essa história e sabemos quem, no final, paga essa conta.
Certamente, essa dinheirama toda não virá dos próprios candidatos e de sua militância partidária. Tampouco virá da doação voluntária dos trabalhadores e da população, que espreme o salário para pagar todas as contas no final do mês.
É bom ter claro que esses milhões vêm das grandes empresas, bancos, empresas de ônibus, empresas prestadoras de serviços, como as que recolhem lixo, e empreiteiras. São contratos milionários.
Os candidatos e dirigentes de partidos dizem que a legislação permite as doações de empresas privadas, portanto, seria legal e chamam de “doação”. Mas, na verdade, de doação não tem nada. O que os empresários fazem é um empréstimo, que cobram depois com juros altos. Recebem centenas de vezes mais através de licitações fraudulentas e contratos superfaturados. Ou seja, quem paga no final é o povo.
O pior é que estes políticos, depois de eleitos, vão responder aos interesses de quem financiou suas campanhas. Afinal, como diz o ditado, quem paga, manda.
Recentemente, foi divulgado que as construtoras são as maiores doadoras de campanha no Brasil. O PT, por exemplo, recebeu R$ 60 milhões de grandes construtoras, em 2013. Isso representou 75% de todas as doações recebidas pelo partido. O PSDB recebeu R$ 20,4 milhões, sendo 86% de construtoras.
Tanto dinheiro assim não vem de graça. Não é à toa que os chamados “grandes partidos” sempre defendem os interesses das grandes empresas em detrimento das justas reivindicações dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre.
Por tudo isso, para manter sua independência financeira e política e fazer a luta em defesa da classe trabalhadora, o PSTU não aceita doação de empresários e empresas. Nossa campanha é feita por ideologia. Estamos nas ruas e nas eleições por um ideal.
Assim é minha candidatura. Nossa campanha será custeada pelos militantes e pela doação financeira dos trabalhadores, trabalhadoras, jovens estudantes, aposentados, por aqueles que acreditam em nosso programa de governo e propostas políticas.
É assim que mantemos nossa independência para defender e lutar pelas mudanças que, de fato, podem mudar o país e atender as reivindicações dos trabalhadores e da maioria do povo, como mais o investimento público em saúde, educação, transporte público de qualidade, moradia, entre outras.
Por Toninho Ferreira, candidato do PSTU a deputado federal - 1616